quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Minhas impressões sobre Exit Through The Gift Shop (ou o filme do Bansky)




Eu não podia esperar outra coisa de "Exit Throught the Gift Shop" (ou o filme do Banksy), não é só a arte dele (e de outros artistas) que passa em 90 minutos de película, é o artista na tela.
Irônico, debochado e questionador é o mínimo que eu posso falar do filme, o que começa com um documentário normal de Street Art, acaba por deixar em aberto uma (talvez) excelente piada.
Banksy é um mero coadjuvante nesse meta-documentário, o personagem é Thierry Guetta (ou Mr. Brainwash, conforme o andamento do filme), um documentarista francês, radicado nos Estados Unidos, que acaba virando o pricipal cinegafista de alguns dos principais artistas da "street art" mundial.
Ok, mais um documentário sobre como fazer documentários. Apesar das participações de Space Invader, Mr. Andre e Shephard Farey (sabe o poster do Obama? Pois é, ele que fez.), seria só mais um filme mediano, com um elenco melhor que o conteúdo, com nada de novo.
O fascínio de Thierry pela street art é tão grande que ele torna-se um artista (e hoje em dia quem não é?), mas não um artista qualquer, um artista egocêntrico, megalomaníaco e ancorado pelos maiores nomes da street art mundial. Sob o nome de Mr. Brainwash, assina sua primeira exposição, " Life is Beautiful" - sucesso de público, vendas e crítica - onde revisita a pop art (fui descobrir depois de assistir o filme que ele assinou também a capa de " Celebration", ou o último disco da Madonna).
Até aí tudo bem, mais uma película sobre o surgimento do mais novo hype da semana, mas a partir desse momento o filme levanta uma questão interessante (sendo sincero, acho essa discussão meio batida e superficial): A comercialização e o conceito de street art.
Não vou entrar nesse ponto, pois como já disse, acho essa conversa defasada e melhor abordada por muitas outras pessoas, só que essa discussão acaba transformar o rumo do filme. Estranhamente, ao se aproximar do fim do filme ganhar um ar ficcional, uma espécie de grande piada, a veracidade de Mr. Brainwash ou Thierry Guetta passa a ser questionada pelo público.
Sinceramente, não acho que um artista marcado pelo ar questionador, deboche e ironia, perante aos ícones da sociedade, lançaria mais um filme sobre um tema já abordado, ficarei muito frustrado se esse for mais um filme sobre street art, acho muito interessante a discussão sobre quem é artista e o quanto dura esse artista (estamos na época do efêmero).
Acho a piada, caso ela seja verdadeira, muito bem bolada e levanta uma questão muito legal, já levantada na pop art, o quão é possível fabricar arte e fabricar o artista.
Corram pro torrent mais próximo que essa uma hora e meia vale muito.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Uma Humilde Dica Musical

Sou um consumidor compulsivo de música, se para Nick Hornby o embate entre as artes no ringue de boxe terminaria com a vitória da literatura,na minha opinião, a música aguentaria alguns rounds antes de (talvez) ser nocauteada pela arte de escrever.
Não tenho uma data ou um evento exato que determine o início do meu interesse pelo mundo musical, desde que eu me conheço por gente lembro do meu interesse pela arte. Todas as minhas memórias são ligadas a alguma música ou trilha, minhas lembranças musicais vão desde os hits tocados nos programas infantis na minha infância, passa pelo início da adolescência e as minhas fitas k-7 (bons tempos de skate o dia todo, com a mochila recheada de fitas que iam de Beastie Boys ao Sepultura),e acaba por terminar (por ora), no meu HD recheado de mp3 dos mais variados estilos e gêneros.
Devo muito da minha formação cultural ao skate, mas vou enfocar isso em outro texto, mas umas das características que eu aprendi sobre o carrinho é me desprender de qualquer preconceito.
O meu primeiro contato com o jazz foi através do esporte, ver o Mark Gonzales (Google it!), andando pelas ruas de NY ao som de John Coltrane foi um choque.
Dentre as gratas surpresas musicais descobertas nos últimos tempos, uma das melhores sem dúvida foi a Stones Throw Records.
A gravadora que tem base em Los Angeles/Califórnia, me foi vendida como uma gravadora de rap, mas, surpreendetemente, vi ali algo muito mais criativo.
Era rap sim, mas fugia daquela fórmula batida de rimas sobre carros/jóias/mulheres e os beats pobres.
Sem dúvida considero a gravadora uma das mais criativas do mercado atual (aliás recomendo aos amantes da música negra - não só rap - que assinem o podcast da Stones Throw.
O rótulo de gravadora de rap, acredito que não se aplica mais, pois o casting do selo, hoje, abrange todas as vertentes da black music americana.
Seria deles o mesmo papel que teve a Motown nas décadas de 60/70?
Acredito que não, pois apesar reciclar um gênero que caiu no formulismo fácil do clichê, ela não criou nada novo,apenas repaginou algo do passado.
Duas das presenças mais recorrentes no meu iTunes são provenientes da gravadora, o primeiro é um soul singer multi-instrumentista que parece saido direto do catálogo da Motown. Dono do melhor disco do ano passado, na minha humilde opinião, Mayer Hawthorne parece ter vindo direto dos anos 70 (parafreseando uma crítica sobre o disco, " Não importa se isso é novo ou velho, mas isso é muito bom"). A outra descoberta, é o Dam-Funk, como o nome sugere, vocês já imaginam, uma extensa gama de sintetizadores e timbres provenientes dos anos 80.
Vou colocar alguns links, dos meus artistas prediletos do selo:

The Sound Providers



J Dilla



Mayer Hawthorne



Dam Funk

domingo, 4 de julho de 2010

Downtown Calling



Depois de meses procurando pelos torrents espalhados pela web, enfim encontrei o documentário Downtown Calling.
O filme retrata o caos em que se encontrava a cidade de Nova Iorque no fim dos anos70, início dos anos 80 (economia em recessão, corrupção, altos índices de violência, Guerra Fria), e como desse cenário emerge um movimento subcultural, responsável por uma verdadeira revolução na música,moda e arte.
Além do valor documental da película, ela é narrada por ninguém menos que Debbie Harry (Blondie).
Infelizmente não achei informações sobre o lançamento em DVD do filme.